terça-feira, 6 de outubro de 2020

A Parábola dos Talentos

 A Parábola dos Talentos

Mt 25.14-30

 

            Em nossos dias a palavra talento, é usada para indicar a capacidade e os dotes de uma pessoa, no entanto, talento era originalmente uma unidade de peso, que depois passou a ser uma unidade monetária, equivalente a seis mil denários, um denário por sua vez, valia o trabalho de um dia. Portanto um talento valia o trabalho de um homem por aproximadamente 18 anos. O talento era um peso que variava de 26 a 36 quilos, poderia ser de ouro, prata ou cobre, e isso indicava o valor tencionado, embora fosse sempre altíssimo.

Esta parábola indica que grandes reponsabilidades foi dada por seu senhor aos seus servos. A uma relação intima entre a parábola das dez virgens e a dos talentos, aquela representa as virgens esperando o seu Senhor; esta, os servos trabalhando para o seu Senhor. Aquela previne contra a falta do Espirito em nossas vidas; esta, contra o descuido em nosso serviço. A primeira parábola acentua a importância de guardar o coração com maior diligência; a segunda, a necessidade de servir com toda a diligência. A primeira trada-se de espiritualidade; a segunda de serviço. Os que servem fielmente estão aguardando a vinda do Rei, esta parábola nos ensina a usar corretamente a nossa capacidade. É interessante notar que a palavra “talento” adquiriu o sentido de “aptidão” por causa desta parábola.

 

 

I-   “Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens”. Mt 25.14

 

1.    O homem ausentando-se do pais representa Cristo, Quem, antes de voltar para ao Pai, revestiu Seus servos de dons para continuarem a obra durante a Sua ausência da terra.

Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas”. 1 Co 12.8-10;

De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria”. Romanos 12.6-8

2.     Assim como tudo, que os escravos do império Romano tinham, pertencia aos seus senhores, assim tudo o que os discípulos de Jesus têm, pertence ao seu Senhor. Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus, Além disso requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel”. 1 Co 4.12; “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 1 Pedro 4:10

 

3.    Os seus bens (v.14): Jesus nos entregou:

a.    As verdades do Evangelho – 1 Tm 6.20; 1 Co 9.16,17; Jd 3

b.    Poder espiritual – “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós...”. Atos 1:8; “Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós”. 2 Tm 1.14.

c.    Dons espirituais - 1 Co 12.4-11; Rm 12.6-8; Ef 4.7-12; 1 Tm 4.14

 

4.    A um deu cinco talentos, a outro.... a cada um segundo a sua capacidade (v. 15).

 

Aqui fica evidente, que há diferença entre os homens, quanto aos seus dotes naturais, os talentos foram distribuídos de acordo com a capacidade de cada um. Cabe a cada indivíduo, aproveitar bem as oportunidades, e não as desperdiças.  

A nossa fidelidade nem sempre produz fruto entre os homens, mas em nós sempre produz fruto. “Porém eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus”. Isaías 49.4

            O servo fiel reconhece que os seus talentos lhes foram concedidos por Deus, não para guardarem, nem para satisfazer os seus próprios interesses, mas para “negociar”, isto é, usar para o progresso do seu reino.

A nossa capacidade aumenta, em de acordo com nossa disposição de exercer com fidelidade o talento que nos foi confiado.

 

II-  O QUE RECEBEU UM TALENTO... – Esse homem não se mostrou desonesto, não gastou o dinheiro; simplesmente deixou de emprega-lo. Assim sendo, foi preguiçoso, negligente, indigno de confiança, do ponto de vista produtivo. Essa parábola nos ensina que a indiferença com as coisas espirituais é uma maldade aberta e mortal. O Senhor requer da nossa parte, conhecimento e ação, bem com a busca ativa pelas coisas espirituais.

1.    O pecado deste servo é o mesmo acerca do qual Paulo advertiu a Timóteo: Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério. 1 Tm 4.14; “Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos”. 2 Tm 1.6

2.    O Atalaia deve cumprir a sua missão: “A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte. Se eu disser ao ímpio: Ó ímpio, certamente morrerás; e tu não falares, para dissuadir ao ímpio do seu caminho, morrerá esse ímpio na sua iniquidade, porém o seu sangue eu o requererei da tua mão. Mas, se advertires o ímpio do seu caminho, para que dele se converta, e ele não se converter do seu caminho, ele morrerá na sua iniquidade; mas tu livraste a tua alma”. Ezequiel 33:7-9

3.    A orientação de Paulo aos presbíteros de Éfeso:Portanto, no dia de hoje, vos protesto que estou limpo do sangue de todos. Porque nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus”. Atos 20:26,27

4.    Características do servo de um só talento. – “Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo...” Mateus 25:26

 

a.     MedrosoE, atemorizado, escondi na terra o teu talento... (v. 25.25); ver: “Os Covardes...a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo...” (Ap 21.8); “...Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido, volte, e retire-se apressadamente... Juízes 7:3

b.    Dissimulado – Este servo mal, assim, como Geazi, Absalão, Judas Iscariotes e Ananias e Safira, era claramente um servo dissimulado, que fingia uma falsa piedade, mas, em seu coração nutria ressentimentos. “Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te” 2 Tm 3.5; Ver 2 Tm 2.1-3.

c.     Invejoso – A inveja é o desgosto pela felicidade ou prosperidade alheia. Desejo irrefreável de possuir ou gozar o que é de outrem. O homem de um talento só não suportava ver a prosperidade do seu Senhor.

d.    Inútil – “Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer”. Lucas 17.10

 

5.    Qual foi a sorte do servo que enterrou o seu talento?Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes”. Mt 25.29,30

III-    DEPOIS DE MUITO TEMPO. Deus não ajusta contas logo, não porque seja remisso, mas porque é longânimo.

 

a.    Deus não quer, que alguns se percam: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se”. 2 Pedro 3.9

b.     Mais por fim virá o dia para ajustar as contas:Os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos”. 1 Pedro 4:5

 

IV-   ENTÃO APROXIMANDO-SE O QUE RECEBERA CINCO (V. 20)

 

1.    Os servos fiéis se aproximam confiantes. Como o servo que recebera cinco talentos, e o que recebera dois, avançaram alegremente para entregar o que ganharam, assim os fiéis servos de Deus terão confiança no dia do juízo.

 

“Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo”. 1 João 4:17

“E agora, filhinhos, permanecei nele; para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança, e não sejamos confundidos por ele na sua vinda”. 1 João 2:28

“Porque, qual é a nossa esperança, ou gozo, ou coroa de glória? Porventura não o sois vós também diante de nosso Senhor Jesus Cristo em sua vinda?”. 1 Ts 2.19

 

V-    MUITO BEM. “Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Mt 25.23

 

O Senhor não disse: “Muito bem, servo bem sucedido! ” Mas: Muito bem, servo bom e fiel”. O que Cristo quer é que sejamos servos bons e fiéis antes de ser espetacular, ilustres ou dignitários.

“Foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei” (vv 21,23). O galardão para o servo fiel é mais serviço em uma esfera de influência ainda mais larga e mais alta. A remuneração para serviço eficiente em uma colocação é promoção para um emprego mais elevado.

 

VI-   ENTRA NO GOSO DO TEU SENHOR. Na volta do Senhor do estrangeiro, havia uma festa na qual os fiéis servos foram convidados para comerem ao lado do seu Senhor.

 

“Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer”. João 15.15

“Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá”. Lucas 12.37

“Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. Ap 3.20

 

CONCLUSÃO

 

            A vida no céu de luz imarcescível, será repleta de muitas alegrias e glorias, cada vez maior, enquanto o lugar de suplicio eterno, será um lugar de muita dor, tristeza e agonia sem fim. Enquanto estivermos aqui, neste corpo, neste dia, neste culto... “enquanto se diz hoje...” Despertemo-nos, despertemo-nos, porque o SENHOR está às portas. Brevemente virá e não tardará. Escute a doce voz do Senhor Jesus dizendo: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar (João 9.4). Amados irmãos, os servos fiéis entrarão no gozo do seu Senhor, esse gozo não é simplesmente um banquete, e sim, uma alegria irradiante e eternar. O poder criativo do nosso Deus é inesgotável.

 

 

“E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor”. Mateus 25.21

 

“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus”. Apocalipse 19.7-9

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